Restando apenas 1 meses
para a volta da multa para falta de extintor do tipo ABC para carros,prevista para 1º de abril próximo, o equipamento para segurança ainda está em falta
em diversas regiões do Brasil.
No início do ano, começou a valer a
punição para carros que circulem sem o extintor ABC, o que era
previsto em uma resolução do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de
2000. O risco de levar multa de R$ 127,69, mais cinco pontos na carteira e
retenção do veículo até a regularização provocou uma"corrida" a lojas e postos e os extintores se tornaram raridade.
O que dizem os fabricantes
A indústria, diz que a oferta será normalizada antes da
volta da multa. “No período de festas, a produção contou com um número menor de
dias úteis. Os fabricantes já trabalham em carga total novamente, e acreditam
que oferta e demanda estarão normalizadas em todo o país bem antes do final do
prazo extra”, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos
contra Incêndios e Cilindros de Alta Pressão, em comunicado.
“O que aconteceu é que a
demanda que deveria ser distribuída em 1 ano foi exigida em um mês”, explicou
Roberta Godoy, gerente de marketing da Kidde, uma das principais fabricantes
internacionais de extintores e que também atua no Brasil.
“Tivemos de contratar
mais gente e aumentamos a produção. Mas muitos fornecedores não estão
conseguindo entregar os materiais, o que impede de chegarmos ao máximo de
fabricação”, afirma Francisco de Oliveira, sócio e diretor da Extimpel, empresa
brasileira de extintores localizada no Paraná.
Os constantes adiamentos
da lei também fizeram com que os revendedores ficassem desconfiados em relação
à sua efetividade. “Muitas empresas quase faliram quando a exigência foi adiada
da outra vez”, argumentou Rômulo Müller Ribas, gerente da Getel, loja
especializada em extintores. A exigência inicial para o extintor ABC em
veículos novos começaria em 2005, mas foi derrubada por liminar, só voltando a
vigorar 4 anos depois, com previsão de início de multas neste ano.
Para 2005, também estava
previsto que todos os extintores antigos, do tipo BC, deveriam ser substituídos
pelo ABC quando vencessem. Esta exigência também foi suspensa pela liminar e,
em 2009, foi fixado que a obrigatoriedade do novo extintor deveria começar em
1º de janeiro de 2015.
Quem precisa trocar?
O extintor ABC, que
combate incêndio em um maior número de materiais que o antigo, começou a
equipar carros mais novos a partir de 2009. “Existem pessoas que não
precisavam trocar o extintor e acabaram trocando. Quem tem carro produzido
depois do 2º semestre de 2010 não precisa trocar. Muita gente com carro 2015,
2014 trocou”, destacou Roberta Godoy, da Kidde. “Em algumas
regiões o estoque acabou porque não houve uma divulgação adequada para a troca
do extintor”, afirmou a gerente.
Mas, ao verificar qual o
tipo de extintor de seu carro, muita gente acabou percebendo que, embora fosse
do tipo exigido, o extintor estava vencido, o que também é uma infração e
aumentou a procura pelo produto.
As vendas aumentaram até
10 vezes em algumas regiões. “Nossos pontos de venda chegavam a vender no
máximo cerca de 50 unidades por mês. Mas, no começo do ano, alguns lugares atingiram
700 peças”, relatou Francisco de Oliveira, da Extinpel, no Paraná.
No início do ano, o
produto custava entre R$ 70 e R$ 100 - as lojas continuam citando essa faixa de
preço.
Produção mensal de 1,5 milhão
Apesar de afirmarem que
houve aumento de produção, os principais fabricantes de extintores ABC para
veículos, Resil e Kidde, não divulgam os números atuais. Questionada pelo G1, a Abiex também se recusou a informar quantas peças são
feitas no país.
Considerada de porte
médio, a Extinpel teve de aumentar em 3 vezes a produção, chegando a 60 mil
unidades mensais.
“Com a nova demanda, a
produção nacional deve chegar a 1,5 milhão de unidades mensais”, estimou o
diretor Oliveira. “De acordo com uma pesquisa feita em minha empresa, o mercado
deve se manter aquecido até 2022. Além das pessoas que precisam trocar o novo
pelo velho, muita gente terá de trocar o extintor ABC que já estiver vencido.”
A mudança na lei ocorreu
porque o extintor antigo, do tipo BC, é recomendado para materiais como
líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. O ABC, além destes, também é
capaz de combater incêndios em madeira e tecidos, materiais comuns em carros.
Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/02/faltando-2-meses-para-volta-de-multa-extintor-ainda-esta-em-falta.html
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